Investigação

Nova família acusa médica colombiana presa por outra morte no Rio

Eliana Jimenez Dias foi capturada por policiais da 16ª DP

A família entrou na justiça contra a médica Eliana Jimenez Dias após o ocorrido em agosto de 2020
A família entrou na justiça contra a médica Eliana Jimenez Dias após o ocorrido em agosto de 2020 |  Foto: Reprodução de vídeo

Familiares de uma outra suposta vítima da médica Eliana Jimenez Dias foram até a 16ª DP (Barra) nesta quarta-feira (12) para verificar o andamento do processo deles após a prisão dela.

Parentes de Adjane Marinho da Silva dos Santos afirmam que ela também morreu após fazer um procedimento de lipoaspiração com a médica Eliana. O caso ocorreu em agosto de 2020. 

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A vítima tinha 42 anos quando faleceu e já tinha realizado outros procedimentos médicos, porém sem grandes problemas.

Filho mais velho da vítima, Isaias dos Santos Júnior
Filho mais velho da vítima, Isaias dos Santos Júnior |  Foto: Lucas Alvarenga

Filho mais velho da vítima, Isaias dos Santos Júnior conta que houve descaso, já que a mãe apresentou sangramento por dias seguidos.

“Em agosto, vai fazer três anos. Ela foi fazer uma lipoaspiração e a médica perfurou o intestino delgado dela. Após a cirurgia, a médica mandou ela ir para a casa e ficou sangrando por uns três dias, foi quando a levamos para a UPA e pedimos pro hospital particular que ela fez a cirurgia atender ela. Minha mãe só foi atendida porque a gente conseguiu uma ambulância e transferimos ela para o hospital em Vicente de Carvalho, onde com muito custo também conseguimos a autorização para ela ir, já que foi o hospital onde ela havia feito o procedimento”, relembra.

Isaias diz que ao ver o estado da mãe já imaginava o pior, mas ainda tentou tranquilizá-la.

“Quando eu vi minha mãe lá, eu pensei que seria difícil ela sobreviver, mas falei com ela que tudo ia ficar bem. Ela estava deitada e mal. O procedimento foi na segunda, levamos ela pro hospital na quinta e lá abriram a barriga dela e viram que perfurou o intestino grosso e delgado dela, aí deu hemorragia e ela veio a óbito”, continuou ele que atua como motorista. 

A família entrou na justiça contra Eliana após o ocorrido.

“Ficamos sem trabalhar por um tempo, meu irmão perdeu a mãe com 15 anos, queremos justiça. Já vai fazer três anos e ela [a médica] continua fazendo isso. O que mais importa é justiça. O nosso processo está em segredo de justiça e nada se resolve. A justiça do Brasil prende hoje e e daqui a seis meses solta”, afirmou ele. 

Prisão

A médica Eliana Jimenez Dias foi presa nesta quarta-feira (12) pela morte de Ingrid Ramos, de 41 anos, que ocorreu em julho deste ano.

A médica, inclusive, afirmou em depoimento que estava apenas cuidando de uma queloide após uma primeira cirurgia na vítima, mas, na verdade, no dia do ocorrido, ela estava realizando uma lipoaspiração em Ingrid, segundo comprovam as investigações. 

Esposo de Adjane Marinho, Isaias dos Santos
Esposo de Adjane Marinho, Isaias dos Santos |  Foto: Lucas Alvarenga

Quando a família de Adjane viu que Eliana estava sendo presa, relembrou de tudo o que ocorreu, e lamentou que o caso segue sem respostas, conforme disse o esposo Isaias dos Santos.

“Eu vi e reconheci logo, afirmando que ela era a bandida que matou a minha esposa. Quando eu vi o caso, em junho, torcia pra ela ser presa desde então. Ontem, soube que a polícia estava atrás dela para prender e fui dormir querendo que isso ocorresse. Espero que ela continue presa para que ela não mate mais vidas, ela tem outras mortes nas costas, foi bom terem prendido ela porque ela podia fugir para outro país. Meu caso tem três anos e segue sem respostas, correndo em segredo de Justiça, o que só prevalece a ela”, afirmou.

Adjane atuava como secretária anos antes de morrer. Ela e o marido viviam fazendo trilha juntos.

“Minha vida mudou, parei de fazer trilha, não conseguia nem morar mais na casa que morava com ela, fui para outras casas minhas e depois de um tempo que eu voltei. Doei todos os móveis que tinha com ela na época”, afirmou ele que é morador de Pilar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

No atestado da morte de Adjane, consta que a causa foi “choque, pancreatite negro hemorrágica, anemia aguda, lesão hepática, perfuração de delgado e lipoaspiração”. Ela deixou dois filhos. 

A Polícia Civil informou que "de acordo com a 27ª DP (Vicente de Carvalho), o inquérito está em fase final. Parentes da vítima estão prestando depoimento e outras diligências seguem para esclarecer os fatos".

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